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Foto do escritorMarcio Cruz

O CONCEITO DE SOMBRA DE JUNG

Atualizado: 2 de jun.

Existe uma gigantesca porção do nosso inconsciente que nós desprezamos, escondemos ou rejeitamos. Instintos primitivos, impulsos reprimidos, talentos rejeitados, desejos não satisfeitos, sonhos não realizados e experiências traumáticas compõe uma fatia já mapeada desse vasto território em nosso inconsciente, sendo esta parte renegada da mente humana que o psiquiatra suíço Carl Jung chamou de sombra.

Terapia Regressiva de Vidas Passadas

A maioria de nós desconhece essa influente instância de nossa personalidade, o que significa que não apenas escondemos o nosso lado obscuro das pessoas ao redor (como seria o esperado), mas também escondemos essa condição de nós mesmos. Vivendo em uma civilização que, por padrão, ignora por completo essa dimensão da mente humana, muita gente nem acredita que as sombras possam estar causando enormes transtornos dentro delas. E ignorar tal condição acaba sendo muito pior para elas e para a nossa sociedade, posto que, como válvula de escape, acabamos por projetar nos outros tudo aquilo que foi reprimido dentro de nós. Como podemos explorar as nossas sombras de forma a torná-las úteis em nossa vida? E de que forma nós podemos jogar luz na escuridão de nossa alma ao reconhecer as nossas sombras, estabelecer um diálogo com elas e, com isso, promover a evolução de nossa espécie? A despeito dos aspectos positivos da sombra como os talentos reprimidos, por exemplo, prevalecem as características negativas que causam conflitos. Vamos jogando para debaixo do nosso tapete psíquico tudo aquilo que não é aceito desde a nossa infância e isso vai gerando um acúmulo de cargas que tendem a estourar de forma conflituosa mais cedo ou mais tarde. As próprias relações humanas possuem nos conflitos uma de suas características mais marcantes. Discussões, rivalidades, desavenças, escaramuças e guerras têm manchado vergonhosamente a nossa história, sendo a violência a forma mais elementar de resolver problemas diversos nas esferas interpessoais. E apesar da ampla variedade de espectros quantitativos e qualitativos, desde as relações entre dois indivíduos até os embates no âmbito da coletividade, o que todas essas instâncias do conflito possuem em comum é a projeção do mal sobre os outros. Freud desenvolveu brilhantemente o conceito de projeção, mecanismo de defesa caracterizado pela atribuição de aspectos indesejados ou inaceitáveis em nós mesmos aos outros indivíduos à nossa volta. Jung ampliou o alcance desse conceito e deu a ele o nome de sombra, alegando com extrema coerência que tudo aquilo que nós não aceitamos em nós mesmos ou que escondemos pelas pressões exercidas pelo mundo exterior acabam indo para uma porção do nosso universo inconsciente que, ao serem acumuladas por um certo tempo, um dia explodem. E se enganam aqueles que acham que tais configurações se encaixam apenas no perfil de seres humanos doentes. Todos nós possuímos essas características em maior ou menor grau, jogando a culpa nos outros por questões muito mal resolvidas dentro de nós mesmos ao invés de optarmos pela maturidade em aceitar a nossa própria natureza maléfica e assim poder enfraquecê-la. Chega a ser severamente infantil deduzir que essa característica humana vale para todo mundo com exceção de nós. Em nossa civilização, somos sempre os seres bonzinhos e os humanos maus são sempre os outros ao nosso redor. E é mais do que óbvio que esses outros estão falando a mesma coisa ao nosso respeito. E assim perpetuamos o conflito em todas as esferas do relacionamento humano, desde as relações afetivas, passando pelas rivalidades políticas e indo até os conflitos bélicos. Cegos que estamos para o nosso eu natural, nosso eu adaptado é incapaz de reconhecer que o mal habita em cada um de nós. Entendendo o mal como a mais pura ignorância ou o mais puro aspecto instintivo de nossa natureza, o mal é inerente ao nosso inconsciente coletivo e está gravado em nosso código genético de primatas recém descido das árvores.

 

Marcio Cruz é terapeuta de regressão de memória formado pelo IMMTER - Instituto Mineiro de Medicina e Terapias e pós-graduando em Neurociências e Comportamento pela PUCRS.​ Saiba mais sobre Marcio Cruz na seção O Terapeuta. Terapia por Reintegração de Memórias - TRM Terapia alternativa na cidade de Jundiaí, SP.

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