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Foto do escritorMarcio Cruz

O VALOR DO SOFRIMENTO

Atualizado: 21 de fev.

Poucas coisas são tão garantidas em nossa vida quanto a experiência do sofrimento. Todos nós sofremos em diferentes momentos de nossa existência, seja por questões físicas, psicológicas ou frequentemente por ambas as instâncias ao mesmo tempo, se consideramos que a consciência é a origem de tudo, tendo na dimensão física apenas a expressão mais externa de uma condição mental mais internalizada.


Terapia Regressiva de Vidas Passadas

Ao observar o reino natural, notamos que a dor e o sofrimento fazem parte da realidade de todos os organismos vivos: animais sendo devorados vivos são instâncias do cotidiano e o instinto parece estar intrinsicamente atrelado ao sofrimento. Instintivamente, animais fogem da dor e evitam o sofrimento, mas esta experiência será inevitável em algum momento de suas vidas. E nós, como animais superiores, também fazemos a mesma coisa. Mas há uma pegadinha aqui.

Sem querer romantizar por um único segundo as horrendas torturas que envolvem a experiência do sofrimento, será que não haveria aspectos positivos que poderiam ser extraídos deste tipo de experiência? Um efeito colateral do sofrimento é a movimentação. Emergindo do oceano instintivo, o sofrimento nos obriga a sair do lugar, a buscar por respostas, a fazer perguntas, a questionar tudo o que está acontecendo em um processo de autorreflexão ou metacognição. Situações agradáveis, por outro lado, tendem a nos acomodar, seja pela lei da economia de energia de nosso corpo ou pela perpetuação natural do estado de prazer sem qualquer reflexão. Curiosamente, certas pessoas e circunstâncias perpetuam o sofrimento, criando uma espécie de círculo vicioso onde o sofrimento é alimentado e retroalimentado por mais sofrimento durante anos ou até uma vida inteira. E o autoflagelo ou o autossofrimento acaba sendo a pior de todas as modalidades deste fenômeno. Culpa, remorso, constrangimento e autoimagem distorcida acabam sendo apenas alguns dos gatilhos que nos jogam nesta terrível condição, adiando o aprendizado que o sofrimento poderia oferecer e assim promover a tão esperada cura.

Como poderíamos tirar vantagens desse conhecimento, encurtando o ciclo de aprendizagem e promovendo saídas cada vez mais rápidas do sofrimento? O que parece mais razoável é a geração da autorreflexão: quanto mais rápido o questionamento a respeito do que está acontecendo conosco surge, mais rápido o sofrimento se dissolve. Quanto mais nós deduzimos que estamos fazendo tudo certo e isso não demanda nenhum movimento de nossa parte, mais nós tendemos a perpetuar o sofrimento em nós mesmos. Em outras palavras, o sofrimento sinaliza que existe muito mais em jogo do que aquilo que nós temos consciência em um determinado momento, sendo necessário ampliar o nosso foco e sair para fora da caixa.

Quanto tempo de investimento em dor e sofrimento a natureza teve que investir para culminar na aparição de seres autorreflexivos? Tal constatação seria um sinal de que, mesmo assim, todo esse sofrimento valeria a pena? Seria o sofrimento um mecanismo natural de promoção da metacognição no reino natural? De que forma o sofrimento nos levaria à maturidade enquanto civilização?

 

Marcio Cruz é terapeuta de regressão de memória formado pelo IMMTER - Instituto Mineiro de Medicina e Terapias e pós-graduando em Neurociências e Comportamento pela PUCRS.​ Saiba mais sobre Marcio Cruz na seção O Terapeuta. Terapia por Reintegração de Memórias - TRM Terapia alternativa na cidade de Jundiaí, SP.

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